O fascínio das crianças pelos piratas é, neste livro, elogiado e questionado.
Elogiado porque o que está em causa é a ilimitada capacidade da imaginação infantil para que algo – o que quer que seja – se transforme em objeto de brincadeira e fruição. Questionado, porque sempre confrontada com a realidade, em que, tantas vezes, se enxerta e ilumina. É o que acontece a João, o Pirata Valente deste livro, que quando a mãe o chama para lanchar abandona o seu mundo de fantasia, sem, contudo, dele se alhear inteiramente.
As ilustrações, com traços ágeis e cenários suavemente coloridos, emprestam ao texto (em divertidas rimas) um dinamismo descritivo e caracterizador do irrequieto protagonista. Cenários e cores que desaparecem na passagem da imaginação à realidade, o que acentua e reforça o ritmo da narrativa, pela intensidade e humor.
Esta obra é um clássico com 30 anos que, no entanto, continua a desafiar à imaginação, convidando o leitor a sulcar os mares à procura de tesouros e aventuras sem sair de casa.
Um livro imperdível (para ler a)os mais pequenos ou pré-leitores!
Ricardo Alcántara & Gusti (2019). O pirata valente. Matosinhos: Kalandraka.