João Manuel Ribeiro
Vovó Estrelinha (Vera Ximenes, Edições Afrontamento, 2017)
É sempre difícil e incómodo falar da morte das avós às crianças, sobretudo quando aquelas realizam missões impossíveis, como, por exemplo, “ler o coração das netas”, compreender a importância de “encontrar a felicidade quando ainda somos crianças” e fazer “uma lista de momentos felizes” em que avó esteve e foi presença. O catálogo de 10 momentos felizes antecede a declaração de que “depois de ler os corações das netas a vovó estrelinha percebeu que a sua missão estava cumprida! As suas netas são muito felizes!” Mas um dia, “a vovó estrelinha foi chamada para mais uma grande missão.”, a de iluminar o céu de estrelas com a sua luz cintilante e o céu de estrelas nunca mais (se) acabou, porque a avó nunca falhou uma missão. Mas “as netas não ficaram tristes. Abanaram a cabeça três vezes (como a avó ensinará) e a tristeza foi embora”. Bela forma de as avós falarem da morte dos avós às netas! Se o objetivo do livro era este, missão cumprida…